PORQUE ESTÁ FECHADA A PORTA AO CHEGA?
A porta está fechada e o Chega não lhe chega, mas por que razão?
Dos 10, 8 milhões de eleitores em Portugal, continental e ilhas, mais os votos dos que vivem no estrangeiro, 1 milhão e quase 200 mil votos foram para o partido Chega.
É uma realidade!
Mas esses 10,9 % dos eleitores, que votaram no Chega, queriam mesmo dar um voto de confiança ao partido?
Os votos contabilizados no Chega foram, na sua maioria, votos de protesto contra as políticas do “arco da governação”.
Os eleitores que poderiam votar em branco ou anular o voto, que era o verdadeiro protesto contra as más políticas nos últimos anos em Portugal, escolheram um partido uni-pessoal e de protesto, por isso não é um ‘voto de confiança’!
O Chega representa um partido sem ideologia focado em Ventura (tal como o partido gémeo francês da Le Pen);
Que repete as frases de protesto gritadas nos cafés e apenas com a visão do próprio umbigo de quem protesta, sem procurar conhecer todas as razões;
Que adocica o discurso com frases como “temos que controlar a imigração” quando o verdadeiro sentido é: “imigrante tem que ser tratado apenas para trabalhar sem direitos religiosos, de cultura, de saúde, de ensino”. Quando a realidade é muito mais do que uma posição de abertura total ou, por oposição, de uma visão funcionalista que termina em fundamentalista.
O que nunca devemos esquecer é que Portugal é uma mistura de culturas e um dos países que mais pediu acolhimento no mundo. Inclusivamente em França onde ‘português’ significa ou pedreiro - para os homens; ou porteira/empregada de limpeza - para as mulheres! O Chega diz ser patriótico, mas entra em contradição quando critica os direitos dos imigrantes, usando o discurso xenófobo bastante longe da Cultura portuguesa.
Também usa a injustiça dos funcionários para angariar votos. Não são os professores, nem os profissionais da Saúde e muito menos os agentes culturais, são os polícias! Interessante!
Agora façam este enorme esforço de imaginação: imaginem que o Chega tem a maioria absoluta. Imaginem que aprova em maioria todas as leis de repressão (vamos chamar a essas ‘leis de repressão’ de “leis disciplinares” dado que se encontra um pretexto para se usar a força) quem as tem que fazer cumprir?
Se pensou que seriam os professores, os profissionais de saúde ou os agentes culturais está errado! Mas são estes os profissionais que estão a montante do problema. As medidas erradas de tratarem os professores aumentou a falta de educação da pessoa perante o grupo; as más práticas contra os profissionais de Saúde aumentaram, também, a falta cuidados na saúde mental e a maneira como tratam todos os agentes da Cultura criam cada vez mais gente que não vê para além do seu PRÓPRIO UMBIGO!
Isto não significa que se deva dar mais proteção a quem é agente da Lei. NADA DISSO! Quem atua como agente da Lei tem que ser MUITO BEM TRATADO e por isso deve ser sujeito a um maior escrutínio. O uso de câmara, nos fardamentos dos agentes da Lei, deve ser usadas para defesa da verdade. Coisa contornada pelo Chega, pois interessa muito mais prometer interesses ilimitados às forças. Esse é o pequeno pormenor que faz a enorme diferença.
Tal como faz uma grande diferença gritar contra a corrupção, mas receber apoios de empresários que têm interesses nos negócios com o Estado. É o caso de Humberto Pedrosa, líder do grupo Barraqueiro e ex-administrador da TAP que deram 5 mil euros ao Chega em 2020. Ventura sempre criticou a administração da TAP. Curioso!
O próprio Humberto Pedrosa tinha confirmado à TVI que o filho, através de uma conta bancária conjunta, fez essa doação ao Chega de André Ventura, apesar do dono da Barraqueiro dizer não gostar de partidos dos extremos. Muito curioso para um partido que grita combater contra a corrupção!
Há mais!
Bem sabemos que os outros partidos fazem esquemas parecidos, mas notem que todas as pessoas que votaram no Chega queriam combater a corrupção - essa era a “bandeira” principal. Ora começa mal quando é escondida informação ao público.
Vamos ver a falta de lisura do Chega: dos donativos feitos em 2020 falta dar conta de quem financiou em 55 mil euros o partido. Tal como falta saber quem financiou 64 mil euros em 2021 e os 8 mil euros em 2022.
Do que se sabe, o donativo mais elevado foi de 10 mil euros, dado por César do Paço, milionário luso-americano, a viver nos Estados Unidos, que esteve no centro de uma reportagem polémica em 2021, nomeadamente sobre as suas ligações ao Chega, e cujas empresas, segundo as notícias, foram alvo de buscas há poucos meses pela Polícia Judiciária.
Há ainda registos de seis donativos de 5 mil euros cada, nomeadamente de Posser de Andrade, conhecido apoiante do Chega e administrador de uma imobiliária de luxo; Ortigão Costa, dono de dezenas de grandes empresas do sector agro-alimentar; ou Paulo Duarte, dono de uma das maiores empresas nacionais de transportes.
Também João Bravo, dono de empresas que alugam helicópteros de combate aos incêndios, vendem material ao Ministério da Defesa e armas para as polícias. Muito interessante - não acham?
O secretário-geral do Chega, Rui Paulo Sousa, diz que “o Chega forneceu toda a informação relativamente a todos os recibos que foram emitidos. Aquilo que não aparece, realmente, nesses ficheiros, são os donativos feitos que [nesses anos] ainda aconteceram por transferência bancária porque uma conta [mais tarde encerrada] continuava aberta”.
O e-mail enviado pelo Chega aos jornalistas no fim-de-semana passado nunca referia que as listas só incluíam parte dos donativos, explicando-se, apenas, que se encaminhavam “as listas de donativos durante os anos de 2020, 2021, 2022 e 2023”, pois “o ano de 2019 podia ser consultado na ECFP”. Contavam com a falta de inteligência de quem é jornalista?
Parece que é prática normal do Chega não olhar a meios para CHEGAr aos fins!
Por estas razões acham que se deve abrira a porta do poder ao Chega?
Ou apenas querem o Chega para ser uma voz de protesto na AR , mas sem controle legislativo?
O povo é mais sábio do que aparenta, ou então temos uma poderosa proteção de Nossa Senhora da Conceição Padroeira e Rainha de Portugal (coroada pelo rei D. João IV a 25 de Março de 1646).
Ou como dizemos em Portugal: - é um bocadinho das duas razões!
Assina JAG, Primeiro-ministro desta livre nação que é o Movimento de Humor.